Coma Com Os Olhos

As mentiras que nos obrigam a engolir

Archive for July, 2011

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Depois do novo-rico, do novo-classe média e do cada vez mais comum novo-pobre, mais uma categoria se põe a brotar nos balaústres da vida média em terras que Cabral descobriu, Caminha divulgou e Bill Gates incluiu digitalmente: a do novo-enfezado.

Primo-irmão do velho zé-mané, o novo-enfezado tem no interior de sua caixa craniana um playground – desses com caixa de areia, escorregador, gaiolinha e cocô de gato – onde se refestelam ideias alheias, feito cachorro rolando na carniça. Ali onde devia haver um cérebro há uma espécie de hard-disk-curva-de-rio concentrando todo tipo de sujeira, limbo, galhos podres, preservativos usados e sobretudo cadáveres em estado avançado de decomposição.

Segundo os especialistas em distúrbios de personalidade, isso acontece principalmente porque, como as pessoas que apresentam intolerância a lactose, glúten e outras substâncias, o novo-enfezado padece de uma severa alergia a tudo que contradiga o que seus heróis e dominatrix determinam como bom e ruim.

Direto ao ponto, o novo-enfezado é uma criatura incapaz de gestar e semear suas próprias impressões sobre a vida. Então, abandonado por qualquer capacidade real de pensar de forma crítica, esse espécime se torna um grande receptáculo de música ruim, produtos duvidosos e espíritos zombeteiros. Passa os dias babando e penteando boneca.

E para mostrar ao mundo que não é nada disso e que tem visão crítica, sim, o novo-enfezado se arrasta pela blogosfera, andarilho cibernético, em busca de opiniões que discordem das “suas”. Uma vez localizado o alvo, liga a metralhadora de cuspe e consome suas horas disparando insultos, ofensas e outros resmungos ininteligíveis e sem o menor fundamento.
Sem argumentos além de ofensas contra seus interlocutores, arrasta o debate para o inferno de onde jamais deveria ter saído.

No twitter, o novo-enfezado é o cara cuja capacidade de comunicação se reduz a dar RT o dia inteiro. O sujeito não é capaz de formular um raciocínio sequer. O que sabe direitinho é repetir o que decorou e resmungar, sobretudo contra opiniões diferentes das que acredita ter.

Pobre novo-enfezado. Ele jamais vai perceber, mas não passa de um daqueles cachorros amarrados em pedaços diminutos de corda encardida, presos a um cano de torneira num quintal pobre, a quem as crianças provocam para vê-los rosnar e mostrar os dentes. Sem espaço para dar mais de um passo, esperneia nervoso sem sair do lugar. E, cansado de pisotear os próprios dejetos em seu mundo de centímetros, prende o fluxo de suas próprias fezes, constipado e raivoso de morte. Daí o nome. Enfezado.

É triste. Mas verdadeiro. Quer ver um exemplo de manifestação do novo-enfezado? Aí vai a isca: desde o Cheddar McMelt, o McDonald´s não cria um só lanche que preste.

P.S.: se você é um novo-enfezado que vestiu a carapuça e vai me xingar e me ofender e inventar que sou filho adotado só porque eu também não gostei do novo sanduíche de frango do McDonald´s, bem-vindo. Respeito a sua opinião. Agora, um conselho: que tal desligar o computador e descobrir a vida lá fora? Aproveita e passa no toalete. Uma limpezinha intestinal sempre ajuda.

Texto:

andre

Ilustração:

joao_tiago


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Hoje o Senhor Palhaço, vulgo McDonalds Brasil, fez o lançamento do já famoso CBO. Um sanduíche lançado no mercado europeu há alguns anos atrás. Aliás, pra falar a verdade, eu já tinha falado dele no último dia 28 de junho no , . E pra ser ainda mais sincero, esse mesmo sanduíche, em 2009, já passou por review, feito por um leitor que mora (ou morava, sei lá), na Suíça, veja clicando aqui.

Pois bem, mas do que se trata essa bagaça, nada mais do que uma combinação de três ingredientes: frango, bacon e cebola crispy. O sanduíche ainda conta com alface americana, queijo picante e maionese especial sabor bacon. Tudo isso dentro de um pão com cobertura de gergelim e bacon, desenvolvido especialmente para esse lançamento.

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Quem me conhece lá pelo , sabe da minha adoração por bacon, afinal Bacon é vida. Mas também deve saber que não sou fã do Bacon do Palhaço. Bacon bão é do Rei, vulgo Burger King. O que posso dizer de um sanduíche que leva bacon de várias formas? Digo que o Bacon melhorou, mas ainda não é ideal. O bacon em pedacitos na parte de cima do pão é legal e em quantidade razoável, a maionese sabor bacon é forte e marcante, mas sabor de bacon mesmo passou um pouco longe, mas sim, é gostosa. As três generosas fatias de bacon estavam muito boas, mas como disse, ainda um pouco londe da versão real da rede concorrente.

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Agora o ponto mais negativo da nova iguaria do Palhaço, a carne quadrada de frango. Como posso dizer, ela estava aparentemente um pouco encharcada  do óleo usado na fritura. A coloração era acinzentada, loooonge de ter aquela aparência branquinha dos outros sanduíches galinácios da rede. E mais fina do que a versão Crispy Chicken, sendo apenas um pouco mais grossa do que a carne do Chicken McJunior. Nâo entendi. Será uma falha do restaurante em questão? Não sei, confesso que sinto vontade de pedir esse sanduíche novamente. É bom, mas não consigo trair o meu idolatrado Cheddar McMelt.

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No quesito preço, ele fica na linha Premium da rede, ou seja, na faixa dos R$ 18,00 no combo Batata + Refri, e cerca de
R$ 12,00 se prefirir degustar apenas o astro principal. Caro. Ou eu (e você) que estamos ganhando pouco.

Enfim, de sabor realmente marcante e diferente, o novo CBO é o quinto sanduíche da rede a base de frango. E é claro ainda temos os Nuggets e o frango da salada. Ou seja, é frango pra dar e vender.

E pra falar a verdade, ficaria bem mais feliz o dia que algo desse gênero aparecer no set list de sanduíches do McDonalds Brasil, clique aqui pra saber do que estou falando.

E você, já comeu? Vai comer? Conta pra gente aí nos comentários se eu dei azar ou se sou chato mesmo.


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Não sei se vocês sabem, mas o início dessse blog se deu porque o tonto aqui sempre gostou (e ainda gosta) de fotografar tudo aquilo que come. Partindo desse princípio, os “JÊNIOS” (sic) do Marketing na Cozinha e do Destemperados bolaram uma coisa legal… Saibam do que se trata no texto abaixo… Vem com tudo!

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Peraí que eu estou emocionado. Marketing na Cozinha é uma paixão por gastronomia e publicidade (sério?!) e paixão é assim, você pode ter várias. Eu resolvi ter mais uma,Instagram. Só que ao invés de ficar lá igual todo mundo tirando foto de tudo, junto com os Destemperados e a OKN, decidimos enfiar o pé na porta e lançamos o INSTAFOOD! Um site, portal, perfil colaborativo, … chamem do que quiser, é a nossa nova paixão e só tem graça se vocês participarem.

Como funciona?

  • 1) Você precisa ter o Instagram instalado no seu iPhone;
  • 2) Instalou (ou já tinha instalado), agora adicione aos seus amigos o perfil do Instafood, e aguarde;
  • 3) Toda semana publicaremos pelo Instafood e pelo (sigam este twitter) uma “food mission” com uma hashtag específica (exemplo: fotografe uma salada, e inclua as hashtags #instafood #salada);
  • 4) Você tira a foto de acordo com a missão e coloca as hashtags sugeridas. Sua foto vai automaticamente pro site do Instafood.com.br bem lindona, pra todo mundo ver;
  • 5) A melhor parte isso tudo é que se uma galera “curtir” muito a sua foto, até podemos te dar uns prêmios.

Tá esperando o que?? Adicione o Instafood no seu Instagram, siga o no Twitter e curta a página no Que comece o show!!

via Marketing na Cozinha / Destemperados

ps.: se você tem iPhone e tem o Instagram instalado, basta procurar o SrCCOO lá… Vai!


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Mistério. Taí a única explicação para o foguetório descabido em torno do relançamento do Kit Kat no Brasil. Se você não sabe, explico: o produto em questão é uma espécie de primo rico do Bis. Nada mais do que um biscoito waffle coberto por uma camadinha de chocolate que a Nestlé tem o descaramento de chamar de “grossa”, mas vamos em frente.

O Kit Kat era vendido aqui no Brasil em 1994 – aliás, mal vendido. O desempenho comercial foi tão medíocre que a Nestlé tirou o dito cujo do mercado nacional, deixando aqui e ali meia dúzia de órfãos choramingando a saudade de um chocolate (sim, tem gente que não tem o que fazer mesmo).

Desses 15 anos para cá, Kit Kat virou uma dessas coisas que a gente só via em terras brasileiras nas mãos dos deslumbrados que viajavam para fora e faziam questão de voltar enfiando em nossa cara um sem-número de gadgets e souvenires (do gênero I love New York, sabe?). Porque o negócio do cara não era o chocolate, mas sim escancarar a Deus e ao mundo que fez turismo internacional e é chique e pirilampos lhe saem pelo reto a cada pum e blablablá. Eu me incluo nessa categoria, admito.

Ah! Nas lojetas de muamba você também encontrava o distinto, vendido como iguaria importada a preço de ouro, no melhor estilo “pega-trouxa”. Enfim, Kit Kat por aqui era coisa “para poucos”.

Agora vem a Nestlé, relança o produto no Brasil e uma verdadeira comoção popular tem início nos supermercados pátrios. Tudo bem, respeito as carências alheias, mas alto lá, minha gente! Esse tipo de supervalorização sempre acaba mal!

Pensemos juntos. No primeiro dia das vendas de Kit Kat no varejo, o Walmart estava vendendo a unidade a R$ 2,35. Dois dias depois, o preço subiu para R$ 2,50. Em alguns supermercados já está R$ 2,75. Por quê? Porque vendeu MUITO! Porque uma legião de zumbis invadiu o mercado, arrebatando às cegas, em ritmo ensandecido, caixas inteiras, fechadas, do tal chocolate de embalagem vermelha. Qual será o resultado disso? Óbvio, é o preço lá em cima. “Se os consumidores estão gostando tanto, vamos escorchar que eles não vão reclamar.”

Por que tamanho sucesso? Cá pra nós, não tem NADA demais no Kit Kat. É gostoso, claro, mas não é essa Coca-Cola toda, não. Pelo menos, não para aceitarmos pagar tão caro e ainda sair fazendo festa. A Nestlé que nos ouça e nos responda logo, porque eu acho que, em comparação com as versões de free shop, a cobertura de chocolate afinou. Então, das duas, uma: ou engrossa essa cobertura ou afina esse preço. Francamente, está caro.

De todas as pragas que assolam o planeta, a mais daninha para o ser humano e o maior desafio para a ciência não é o gafanhoto, a traça, o spam ou os grupos de pagode. É o bajulador. Essa racinha miserável e sem mãe nasce em casulos pendurados nas protuberâncias que ficam abaixo da cintura de quem está por cima e, agora, estão balançando nas bolas da Nestlé – decerto esperando ganhar de presente um carregamento vitalício de Kit Kat. Vão esperando!

Então, minha gente, MENOS! E Nestlé, MAIS chocolate nessa bolacha, por favor.

Texto:

andre

Ilustração:

joao_tiago


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Sorvetes de iogurte viraram febre entre os consumidores. Mas, quem tomar um acreditando que esteja ingerindo um produto mais saudável, pode estar sendo enganado. Testamos oito marcas (Yogenfrüz, Bendita Fruta, Yogolove, Yoggi, Yogoberry, Yoforia, Tutti Frutti e Yogefresh) e vimos que apenas o Yogenfrüz tem bactérias o suficiente para ser caracterizado como iogurte. O Yogefresh não passa de um sorvete comum e todos os outros podem ser considerados, no  máximo, à base de iogurte.

As más notícias continuam: os preços são muito caros quando comparados aos sorvetes tradicionais – o tamanho pequeno, sabor natural ou tradicional, custa, em média, de R$ 6 a R$ 8. E são raros os fabricantes que disponibilizam a lista dos ingredientes.
Ainda assim, há boas notícias quanto a esses produtos: de maneira geral, eles não têm muito açúcar e apenas uma marca (Bendita Fruta) apresenta gordura total e gordura saturada.

Fonte