“Me passa seu endereço que tenho um produto que eu quero que você experimente”.
Foi mais ou menos assim o email que o recebeu da leitora Márcia Guedes. Dias depois chegou para nós uma embalagem diferente, parecida com uma história em quadrinhos. Nela, um desenho de uma mulher gritando.
“Peoh” experimente um. Disse meu caro amigo nádegas flácidas (não digo bunda mole pois este é um blog de família).
Depois de analisar calmamente a embalagem amarelo-limão-siciliano(!) abri e me deparei com a bolinha da foto. “Isso tem cara de ser melado de doce” – Pensei.
Após colocar a bolinha na boca (dispenso a piadas, please) quase gritei Banzai! O troço era azedo tal qual um abricó de macaco recém colhido. Minha boca parecia em chamas, era como se eu tivesse mordido um limão com casca e tudo. Acho que, se eu saísse no sol com a boca aberta naquele momento, hoje estaria completamente branco por dentro.
Mas graças a Deus que a queimação passou rápido. Após enxugar minhas lágrimas fui ler novamente a embalagem. Pelo menos o que estava em português/Inglês, já que não sou fluente em línguas de olhos puxados.
Descobri que o produto, japonês de origem, como quase tudo que é estranho neste mundo foi comprado na Liberdade (São Paulo) e se chama Super Lemon. Realmente não estavam brincando quando deram este nome. Até
hoje quando tomo água tem gosto de limonada. Mas, enquanto eu lia notei que o gosto estava diferente, mais adocicado.
Explico: a tal bala tem, na verdade, 3 fases de sabor (parece aqueles perfumes frecos que mudam de cheiro no passar do 
dia). Ela começa bem azeda, fica adocicada e termina um pouco amarga. Na verdade exatamente como um limão. Primeiro, ao morder a casca sentimos todo o azedo da fruta, depois, ao chegar ao sumo temos um gosto mais suave, menos ácido e, por fim, o bagaço nos deixa aquele sabor de arrependimento na boca.
Arrependimento por não ter jogado fora antes. Amargo. Bem Amargo. Mas o doce é bom. Provaria novamente se encontrasse para comprar na mercearia ao lado de casa. Vale o grito: Banzai!
é publicitário, test driver de produtos estranhos e pai da pequena Helô, que se Deus quiser, vai se casar com alguém bem rico e me sustentar na velhice.
