Tenha cautela com as almôndegas industrializadas
July 18, 2011 • comida pronta • Comments
Sinônimo de praticidade e sabor, as almôndegas congeladas têm o seu local cativo no freezer dos brasileiros, seja para incrementar a macarronada ou complementar uma refeição. Mas será que os produtos nacionais estão em dia com a qualidade? Para descobrir a resposta, avaliamos a qualidade físico-química, higiênica, de rotulagem e sensorial de almôndegas de carne bovina e de frango.
Na análise dos rótulos, verificamos a denominação de venda, a data de fabricação, a data de validade, o lote, o nome do fabricante e endereço, conservação, validade após abertura, informação nutricional, informação sobre a presença ou ausência de glúten, SAC, nacionalidade da indústria e facilidade de leitura do rótulo. De modo geral, todos são completos. As exceções são os produtos Aurora, que não informavam a validade após abertura, e as almôndegas Qualitá (tanto a bovina quanto a de frango), que não indicavam o lote, apenas data de fabricação e validade (veja mais na pág. 20). O lote é uma informação importante para o consumidor: quando surge um problema associado ao produto, o lote impresso na embalagem permite uma melhor identificação e rastreabilidade, facilitando em casos de recolhimento.
Produtos são de boa qualidade
As análises físico-químicas (teores de carboidratos, proteína, gordura e cálcio em base seca) são importantes, por determinarem em conjunto com outros parâmetros os padrões de identidade e qualidade das almôndegas congeladas.
Em se tratando de produtos cárneos, quanto menor o teor de carboidratos, melhor para o consumidor. No caso das almôndegas, o máximo permitido é de 10%, limite que foi cumprido por todas as amostras. Os teores de proteínas também foram parecidos: todos acima de 12%. Mas as marcas Aurora e Sadia (carne bovina) e Qualitá (frango) foram consideradas as melhores por apresentarem teor proteico superior a 15%.
Se você come comida congelada e está de olho na balança, pode ficar tranquilo com relação aos teores de gordura. Tivemos uma variação de 6,35% (almôndega de frango da Sadia) a 11,7% (bovina, da Aurora), índices bem abaixo dos 18% máximos permitidos pela legislação. Com relação ao teor de cálcio em base seca, que pode denunciar a utilização de matéria-prima de má qualidade (como restos e pedaços de ossos), todos os produtos estão próprios para o consumo. Enquanto as almôndegas Perdigão (bovina e de frango) e Sadia (bovina) não apresentaram traços de cálcio em base seca, as demais possuíam valores próximos ao máximo estabelecido na legislação (0,1% no produto cru), o que, portanto, não compromete o seu consumo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um adulto pode ingerir, por dia, até 5 gramas de cloreto de sódio (sal de cozinha), o que equivale a aproximadamente 2 gramas de sódio. Em nosso teste, descobrimos que as almôndegas de frango possuem um teor de sódio menor que as de carne bovina. Porém, em todos os casos, não é um teor elevado, tendo em vista que a almôndega será consumida como a porção proteica da refeição. Em resumo, as almôndegas de frango são mais seguras para a dieta
de pessoas hipertensas.
A marca Aurora é a única fiel ao rótulo
Você tem o direito de saber o que de fato come. E os fabricantes, a obrigação de informar o que estão comercializando. Por isso, fizemos uma comparação, cruzando os dados fornecidos pelos rótulos com o que encontramos em nossa análise laboratorial (veja mais no quadro abaixo). O único produto que não apresentou problema nessa análise foi a almôndega Aurora. Entretanto, apesar do desencontro das informações, as demais almôndegas podem ser consumidas sem risco à saúde.
Também verificamos a presença de micro-organismos indicadores de qualidade higiênica e patógenos. Foram avaliados coliformes totais, coliformes fecais, bolores e leveduras, E. coli, Estafilococos coagulase positiva, Salmonella sp. e Clostridium sulfito redutor